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📑 IA, curadoria e o teorema de Cyndi Lauper | O Compilado #170
A edição 170 de O Compilado mostra também um artista da datilografia e links para se perder na internet.
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Good enough for you? 🦾
Alguém (bem mais inteligente que eu) disse que o problema das inteligências artificiais gerativas não eram alcançar a perfeição. O problema é elas serem boas o suficiente para poderem substituir um ser humano. Eu, carinhosamente, apelidei esse fenômeno de teorema de Cyndi Lauper.
Se você tem mais idade e assistiu Os Goonies na Sessão da Tarde, acho que já pegou a ideia. Talvez os mais jovens precisem de uma explicação. A Cyndi foi uma cantora que fez muito sucesso na década de 1980. Além dos inegáveis sucessos Time after Time e Girls Just Wanna Have Fun, ela criou a canção The Goonies ‘R’ Good Enough para o filme.
Bom o suficiente. E se algo é assim, você não precisa gastar mais para fazer praticamente o mesmo. Os olhos dos executivos brilham: cortar custos, ter menos riscos com esses humanos ariscos, lucrar mais. O povo chora, com medo de ser substituído. Mas vai acontecer mesmo ou é só a nova histeria do momento?
Bom, a resposta é sim, vai rolar. E não também. Bora explicar, ou melhor, lembrar das coisas. Quando a internet chegou e mudou tudo, as previsões eram muito otimistas. Teríamos conhecimento disponível para todos, a educação seria massificada, tudo estaria a um clique de distância. Décadas depois, a gente sabe que não foi bem assim.
O “conhecimento/educação” está mais disponível, mas muitas vezes chega distorcido para criar bolhas de realidade e desinformação. A natureza aberta da web se transformou em pequenos cercados. Teve vantagem? Claro, mas trouxe toda uma gama de problemas graves e ainda sem soluções.
É fácil fazer essa transposição para as IAs gerativas. Alguns empregos (inclusive o meu) vão mudar profundamente. Se você é só um artesão das palavras, boa parte do trabalho será automatizado. Agora, se você associa isso a uma curadoria e uma revisão apurada, então (ainda) há espaço.
Vai funcionar bonitinho assim? Não vai. O que estiver bom o suficiente para ser substituído provavelmente será. O que puder ser usado para criar mais bolhas e embaçar a linha entre a verdade e a ficção também. Aí já não é tão o problema da ferramenta, mas de quem a controla.
Acabamos entrando nos mesmos dilemas morais e éticos das máquinas de tear, da troca de matriz energética, dos experimentos genéticos e outras tecnologias que chegam para ajudar (e complicar) a nossa realidade. O que dá para eu e você fazer? Aceitar, para doer menos? Bom, sobre o que eu e você controlamos tem muita coisa para fazer.
Usar com consciência. Revisar tudo, porque vem muita coisa falha. Entender o papel da pessoa humana nessa filtragem/curadoria. Ajudar a conscientizar chefias e chefiados sobre os bons usos e os perigos de copyright. E não resistir à mudança, mas saber como usá-la (juro que não foi a máquina que me obrigou a dizer isso).
Hora das recomendações sem custos envolvidos. Para escrita, vá de Bing (tem que abrir pelo Microsoft Edge). Ele também tem um competente criador de imagens. A versão 3.5 do ChatGPT entrega bons códigos, ideias e conteúdos de aprendizado (use com parcimônia e revise tudo). Depois me fale como as IA gerativas estão afetando seu trabalho e sua ansiedade.
P.S.: desta vez resolvi falar mais sério, porque queria muito falar sobre o tema (e o teorema de Cyndi Lauper). Na próxima edição, voltamos às nerdices usuais, provavelmente algo sobre jogos de tabuleiro…
Datilografando arte ⌨️
Ilustrações sensacionais feitas com uma máquina de escrever.
Pa para pá… 🎤
30 minutos de John Cena destruindo os adversários… com palavras.
Fim da Linha 🔗
+ Explicando a piada (não entendida) do personagem Max Headroom.
+ Memórias de brincadeiras da infância.
+ Os melhores jogos (eletrônicos) de Dungeons & Dragons.
+ O Codex do RPG Brasileiro.
+ O Sonic morreu? SEGA lança inusitado game gratuito.