UX RPG | 5 acessórios básicos para melhorar a experiência da jogatina
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Após anos, décadas até, voltei a jogar RPG. E com a melhor companhia, a da família. As aventuras carregam ainda o clichê seguro para ambientar minha filha e esposa novatas no roleplay, mas a experiência de voltar a jogar Dungeons & Dragons está sendo muito divertida.
Para tornar esse processo de aprendizado mais tranquilo para elas e meu reaprendizado das regras mais didático, comecei a pensar maneiras de melhorar a experiência de todos os usuários. Nasceu daí o UX RPG, esse pequeno guia de boas práticas para mestres e jogadores.
Muitas delas vieram de dicas de outros produtores de conteúdo, livros e de comunidades especializadas. Por aqui, vou colocar o que testei e deu certo. Para começar, o básico do UX RPG:
1. Escudo do mestre
O escudo é uma barreira entre o mestre e o jogador. Muita gente acha que é só para esconder rolagens, mas essa divisória facilita demais a vida do dungeon master. Por aqui, usamos um escudo oficial, que já vem com diversas tabelas e resumos das regras mais importantes. Mas você pode usar pastas ou qualquer tipo de barreira que encontrar..
Em algumas partes, eu acabo colocando tabelas ou roteiros específicos da aventura, fichas de NPCs e outros usos inusitados. O objetivo do escudo é mais para a organização, não só do mestre no lado interno, mas para os jogadores. E esse é um uso que melhora demais a experiência.
O lado externo pode conter mapas, nomes dos personagens e locais mais relevantes, a ficha de algum jogador ausente e até a imagem do inimigo da vez. E, só para dar um spoiler, usamos o escudo como suporte de um indicador de iniciativa (em outro texto, vou explicar mais).
2. Pasta catálogo ou fichário
Mesmo para quem não gasta horas planejando aventuras e ramificações de escolhas, ter uma pasta ou fichário salva sessões. É neste espaço que entram tabelas de produtos de lojas e arsenais, inimigos mais comuns, tabelas de acerto e erro crítico, além de outras referências para o mestre não ser pego de surpresa.
Por aqui, funciona também eu ter uma cópia das fichas dos jogadores, pelo menos com os dados básicos de bônus, armas e magias. Assim, não é preciso ficar checando cada efeito com o jogador e, também, planejar monstros e desafios interessantes, dependendo da habilidade e equipamento de cada personagem.
O fichário também pode conter um resumo das aventuras passadas, o que é ótimo para não esquecer nomes de NPCs, localidades e das escolhas dos participantes. Eu coloco tudo em bullet points, de forma bem resumida, para facilitar a consulta. E é sempre bom ter fichas de personagens em branco, no caso de mortes… acidentais.
3. Kit ou app de dados
Dados e mais dados. A mesa vive cheia deles, cada jogador tem dois kits completos para rolagens de vantagem/desvantagem, dano de armas e magias. A sensação tátil reforça a experiência, torna mais material aquele combate difícil ou teste de salvaguarda.
Mas nada disso é necessário, basta um aplicativo no celular para colocar vários dados para rolar. Recomendo o RPG Simple Dice (para Android), mas há várias alternativas no mercado. O importante é sentir o que fica mais conveniente para a jogatina.
4. Grid de batalha
Durante muitos anos, fui um defensor do teatro da mente. Ou seja, combates, desafios e afins não precisam de uma contraparte material para acontecer. Até hoje curto muito esse estilo, mas percebi que, para iniciantes, é ideal ter algo mais palpável. Isso facilita o entendimento e reflete melhor as ações dos personagens.
Existem algumas alternativas para implementar isso. As mais caras vão de livros e mapas com cenários impressos, mas dá para seguir sem essa sofisticação. O mais em conta são folhas quadriculadas montadas na mesa. Usamos um meio-termo: peças encaixáveis, que podem ser rabiscadas e apagadas com canetinhas.
Os cenários são desenhados a cada sessão de jogo. O quadriculado também facilita na movimentação e visualização dos perigos e desafios. Existem peças com diferentes tamanhos, para emular corredores, salas redondas e afins. Se houver dinheiro e vontade na sua mesa, vale a pena ir atrás. Porém, grids quadrados maiores já dão a liberdade necessária para desenhar o que for preciso.
5. Miniaturas simples
Por miniaturas simples, quero dizer simples mesmo: peões de tabuleiro, peças de papelaria, botões ou fichas pequenas. Pode usar miniaturas 3D ou de papel? Pode, claro (inclusive, vamos recomendar algumas, na terceira parte deste texto). Mas dá para começar com o que tiver no escritório.
Em uma aventura, usei um grampeador pequeno para ser uma aranha gigante. Minha filha adorou, porque a criatura fazia barulhos (ao apertar para grampear). As cores e formatos também ajudam a distinguir os inimigos. Outro exemplo foi um cubo gelatinoso, formado por 4d6 unidos. Cada vez que a criatura era dividida, os dados se separaram em criaturas menores.
Por hora, essas são as dicas iniciais de UX RPG. Nos vemos em 15 dias, com 5 dicas de UX RPG para iniciados na jogatina. Até lá!